“Sou engenheiro de Minas, formado e com mestrado na Universidade de Ouro Preto. Cresci dentro do setor minero-siderúrgico e filho de pai metalurgista; dá pra ver logo de cara que já cresci sabendo da importância do minério”. Foi assim que se identificou para nossa entrevista, Guilherme Gomes, empossado diretor do colegiado da Agência Nacional de Mineração (ANM), no dia 11 de agosto, em Brasília.
Guilherme trabalhou na gerência da ANM em Minas, foi chefe de Divisão e gerente regional substituto, e está chegando agora na Diretoria Colegiada da Agência. A diretoria é um órgão colegiado, tem um diretor geral que profere os atos, que são definidos pelo colegiado. “Eu sou um voto, uma voz dentro da diretoria para defender o que penso e defender o setor nos inúmeros temas que tem a mineração”, explica.
Ao falar sobre o papel da AMIG, Guilherme afirmou que institucionalmente, a AMIG é a força que os municípios têm para defender suas demandas, principalmente no que se refere a CFEM. “É uma entidade que sempre ajudou a ANM em Minas e agora no Brasil, sempre tivemos convênios e contatos com os municípios via AMIG.”
“Recentemente, aprovamos a Resolução de novos acordos de cooperação com prefeituras e estados, que vai permitir a fiscalização de lavras e, futuramente, da pesquisa geológica. Ou seja, as prefeituras vão nos ajudar em todas as fiscalizações praticamente. É um ganho tremendo para as prefeituras, um ganho maior ainda para a Agência. Somos deficitários, não temos pessoal suficiente. Os recursos não chegam em sua totalidade para nós. E essa é uma importante pauta que a AMIG nos ajudou a consolidar”, destaca.
Para Waldir Salvador, consultor da AMIG, que esteve
presente na posse, Guilherme sempre foi um parceiro das cidades mineradoras.
“Ele conhece a mineração muito bem, sabe e tem sensibilidade para todos os
desafios da área. Atua na Agência há muitos anos, nas mais diversas funções,
está preparado e a ANM vai cumprindo o seu papel, ganhando corpo e se tornando
uma agência mais técnica, com a menor interferência política possível e com
profissionais qualificados para exercer cargos tão importantes para Minas e
para o Brasil. É importante para a AMIG e para os municípios mineradores ter no
colegiado da ANM não somente um mineiro, mas um profissional de carreira,
comprometido e aberto com nossa área”, conclui Waldir.
Dois novos diretores
Guilherme Gomes assessorou a
CPI de Brumadinho, a comissão do Senado que investigou o desastre do rompimento
da barragem, conduziu o primeiro termo de ajuste de conduta da ANM e chefiou a
Divisão de Pesquisa e Recursos Minerais da agência em Minas Gerais entre 2018 e
2020. Seu mandato vai até dezembro de 2024.
No mesmo dia tomou posse
também, o Ronaldo Jorge da Silva Lima que vai cumprir um mandato de 16 meses,
vaga decorrente do ex-diretor Eduardo Leão, que pediu renúncia em março deste
ano. Geólogo formado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e servidor
público desde 1990, dirigia desde 2019 a Diretoria de Geologia, Mineração e
Transformação Mineral da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e
Energia do Pará. Já atuou como secretário adjunto da Secretaria de Meio
Ambiente e Sustentabilidade e representante do Pará nos Conselhos Nacionais do
Meio Ambiente e de Recursos Hídricos.
Guilherme terminou nossa conversa afirmando: “minhas portas estarão sempre abertas para a AMIG. Sei da importância da Entidade e de como ela será importante para esse novo momento da mineração brasileira. Esse momento é importante demais para os municípios. Uma boa fiscalização é imprescindível para as cidades mineradoras e para o país. Sou de um município minerador e sei que a CFEM transforma a cidade. Sei como é uma cidade que não recebe nada e uma que recebe. Vejamos o que aconteceu com Ouro Preto e Mariana pós acidente da Samarco. Foi um caos para essas duas cidades perderem essa receita. Quero que a AMIG e as prefeituras contem comigo como um parceiro”, finalizou.